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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Super Bactéria

     Nas últimas semanas tem se falado muito em superbactérias. Vi algumas notícias acerca das mortes ocorridas no Distrito Federal, causadas pela bactéria KPC, sendo denominada pela mídia como uma superbactéria. Resolvi então pesquisar sobre esse tal assunto, até porque me preocupou, e muito, já que acabamos de sair da pandemia causada pelo H1N1.
     A sigla KPC significa Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase, é uma bactéria do tipo bacilar gram-negativa da família Enterobacteriaceae que causa pneumonia e infecções no trato urinário, além de espalhar-se pelo organismo e levar à chamada infecção generalizada. Ela pode transmitir-se de vários modos, podendo ocorrer nas fezes, na água, no solo e até mesmo em vegetais, cereais e frutas, basta o contato por um doente contaminado com a bactéria e que não tenha os devidos cuidados com a higiene. É preciso entender que o principal foco de infecções são os hospitais onde a falta de condições ideais de serviço com a quantidade elevada de doentes, leva à chamada infecção hospitalar, que nada mais é do que a propagação de bactérias dentro do hospital, que deveria ser um local para tratamento de doenças, e acaba virando um local de cultura de bactérias.
     O grande problema da KPC é a sua resistência à maioria dos antibióticos, ou seja, o paciente é tratado e não se recupera, necessitando de medicamentos mais fortes, o que pode não ser uma boa opção quando o doente já tem outros problemas de saúde que não permitam o uso de antibióticos exageradamente potentes, ou seja, se tratado pode morrer, se não tratado morre.
      O termo NDM-1 (Nova Deli metalo-beta-lactamase-1) não refere-se a um tipo de bactéria como a KPC, mas sim a um gene que algumas bactérias possuem, o qual dá a essas bactérias a resistência aos mais potentes antibióticos. Uma bactéria com o NDM-1 é praticamente indestrutível pois ele cria uma enzima que neutraliza a ação dos antibióticos e por isso as bactérias se tornam resistentes à ação dos medicamentos. O grande problema é que a enzima, ou o gene NDM-1 pode transferir-se de uma cepa de bactérias à outra por meio de troca de DNA, sendo conhecidas diversas bactérias que já possuem esse gene.
     A situação no Brasil é gravíssima pois todos reconhecem o caos que encontra-se a saúde pública, com hospitais lotados, falta de cuidados básicos de higiene, péssimas condições de atendimento com pacientes de todo tipo de doenças misturados, além de já ser reconhecido por entidades como a Sociedade Brasileira de Infectologia, as dificuldades não apenas no tratamento, mas na correta identificação e diagnóstico desse tipo de infecção, o que dificulta ainda mais a situação, e cuja matéria foi tema do 15º Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, ocorrido em agosto deste ano, justamente em Brasília.
     Se você ou seus filhos está com sintomas gripais, não entre em pânico. Isso não significa de modo algum que trata-se de infecção pela KPC, ao contrário, tem muita gente com sintomas gripais e nem é gripe, mas um simples vírus de resfriado comum, e que JAMAIS deve ser tratado com antibióticos.
Portanto, deixo aqui algumas dicas, pois todo cuidado é pouco.
     Se você está com sintomas comuns de gripe, está tomando medicamento comum (analgésicos e descongestionantes) e está melhorando, fique tranquilo, você não está com a KPC. NÃO TOME MEDICAMENTO SEM RECEITA, PRINCIPALMENTE ANTIBIÓTICOS.
Se você foi ao médico, está com pneumonia e ele lhe receitou um antibiótico e determinou o repouso, faça o tratamento correto. NÃO INTERROMPA O TRATAMENTO. Se o médico lhe mandou tomar o medicamento por 7 dias e no 5º dia você melhorou, NÃO PARE DE TOMAR O REMÉDIO. Com isso você estará tornando as bactérias mais resistentes.
     Agora se você foi ao médico, foi detectada infecção por bactérias, o médico lhe receitou antibióticos, você está fazendo o tratamento corretamente e não apresenta melhora mesmo após dias de medicação e repouso, aí sim, procure seu médico.
     Se você vai fazer uma cirurgia, possui organismo debilitado por algum tipo de doença que prejudica o sistema imunológico, ou faz tratamento médico e precisa estar sempre em algum hospital, a dica é ficar atento à higiene, tanto sua quanto do hospital e dos profissionais que irão atendê-lo.
     Verifique se existe limpeza constante, se utilizam-se de luvas e principalmente se as descartam. Verifique se lavam as mãos com frequência, se existe sabonete nos banheiros e se não há lixo sem ser recolhido.


A maioria das doenças é transmitida unicamente devido à falta de cuidados básicos. Na dúvida, procure sempre um médico!



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